TRIPULANTES DESTA MESMA NAVE

sábado, 29 de março de 2014

A "Avianca", de novo - José Nilton Mariano Saraiva

Em São Paulo, ontem, uma aeronave da Avianca fez um “pouso de barriga”, e a transcrição da conversa do piloto com a torre de controle, exibida no Jornal Nacional, nos mostra que o problema foi mecânico – travamento do trem de pouso dianteiro. Evidentemente, todos correram perigo, sim senhor. Tanto é que além de despejar o combustível fora, a fim de evitar um possível incêndio de proporções inimagináveis no decorrer do pouso forçado, o comandante também pediu que os bombeiros ficassem de prontidão.

Aqui em Fortaleza, também ontem, a torre do aeroporto internacional Pinto Martins foi acionada por um outro piloto da Avianca a fim de preparar o pessoal em terra para um possível pouso de emergência (que findou não acontecendo).

São recorrentes tais situações com os aviões da empresa Avianca (possivelmente em razão de falhas na manutenção), tanto é que permitimo-nos transcrever uma nossa postagem de 30.12.11, relatando um “pouso complicado” (éramos um dos passageiros), da mesma Avianca, em Juazeiro do Norte. E já alertávamos, naquela oportunidade, que no nosso entendimento o problema fora o trem de pouso dianteiro. Vejam abaixo:

Pouso complicado - José Nilton Mariano Saraiva (3012.11)


Estamos no Crato a fim de curtir as "passagem/chegada" de ano. Como só decidimos vir aos 45 do segundo tempo, evidentemente que não mais encontramos passagem na privatizada e sofrível empresa "Guanabara", daí a opção obrigatória pela empresa aérea Avianca.

Já na saída, quando a aeronave era empurrada pra trás por um daqueles carrinhos que se prestam para esse tipo de serviço, notamos um barulho estranho na parte inferior do avião, como se alguma coisa estivesse emperrando as rodas. Já no ar, no momento do recolhimento do conjunto do trem de pouso/decolagem, novamente o barulho estranho. 

Com decolagem às 08:55 hs e previsão de pouso às 09:45 hs, o voo foi uma tranquilidade e de uma pontualidade britânica. 

Anunciado o pouso, todos se postaram como recomendam os manuais, com relação à posição do poltrona, uso do cinto de segurança, aparelhos eletronicos e por aí vai. E aí pintou o imprevisto, aquilo que nenhum passageiro de avião quer que aconteça, porquanto apavorante; na hora em que as rodas traseiras tocaram o solo, provocando o atrito com o asfalto, decorreram alguns milésimos de segundos e o avião arremeteu, com força, e paulatinamente ganhou altura (isso depois da aenonave ter tocado o solo).
O silêncio foi sepulcral, e nas faces dos passageiros imediatamente instaurou-se um misto de surpresa e horror; e haja gente rezando, outros com cara de choro, outros com os olhos fechados como se estivessem pressentindo algo desagradável.

Depois de dois ou três angustiantes minutos sem nenhuma comunicação, eis que ressoa a voz do comandante pedindo desculpas, que houvera tido um pequeno problema, mas que dentro de dois minutos a aeronave faria o pouso. 

Quando finalmente a terra firme se fez presente, o alívio foi generalizado e todos se perguntavam entre si o que teria havido. Como ninguém indagou nada a tripulação (falta de coragem, medo de permanecer mais uns segundo ali dentro ???) na passagem ousamos encará-los, e aí, indagamos: "O que houve no pouso, causando o arremate; algum problema mais sério ???" (lembram do barulho estranho ao qual nos referimos, quando da saída de Fortaleza ??? Será que o avião da Avianca voou com problemas, só pra cumprir horário ???).

O "sorriso amarelo" dos mesmos denunciava que sim, tanto que a resposta foi aquela que também deve constar dos manuais: problemas com o vento e por questão de segurança preferimos arremeter.
A pergunta é: aqui, na Região do Cariri, nessa época do ano as correntes de vento são tão fortes assim, capazes de impedir o pouso de uma aeronave que pesa toneladas ??? Ou teria havido alguma mancada, algum erro de avaliação dos pilotos ??? Ou será que o trem de pouso dianteiro emperrou na hora do pouso ??? (particularmente entendemos que sim). E o "estado de espírito" dos passageiros que se dirigiam a São Paulo, e que tiveram que ficar na aeronave, como ficou ??? A Avianca emitirá algum "comunicado" relatando para o público a ocorrência ???

De nossa parte, estamos a cumprir a nossa cidadania, colocando publicamente o terror experimentado por todos os passageiros do voo 6377, da Avianca, no percurso Fortaleza-Juazeiro, no dia 30.12.2011.

Estamos tentando manter contato com a TV Verdes Mares e Jornal O POVO a fim de que cobranças sejam feitas à empresa. Se alguém puder noa ajudar, fornecendo e-mail ou telefone, agradecemos desde já.




sexta-feira, 28 de março de 2014

Chumbo grosso




            Querer-se livre é também querer livres os outros.

                                               No finalzinho deste mês de março, há um aniversário que não tem convidados e nem merece comemoração.  Meio século do início da Ditadura Militar no Brasil ! Faço parte de uma geração profundamente marcada pelo peso daqueles tempos de chumbo. Estudantes e Sindicalistas caçados  nas cidades e nos campos, como se fossem animais selvagens. Tortura instalada, oficialmente, como instrumento de coerção e obtenção de informações. Congresso fechado, eleições suspensas. Só existia uma verdade única e indiscutível : aquela cuspida pelos coturnos dos governantes. A censura se infiltrou em todas as formas de Arte e em todos os meios de comunicação.  Dedos-duros espalharam-se por todos os recantos : escolas, universidades, trabalhos, ruas e qualquer atitude considerada suspeita era motivo para denúncia,  prisão e tortura. Mofava-se no cárcere sem sequer saber de que se era acusado.  Como se costumava dizer na época , a partir de duas pessoas juntas,  consideravam Concentração e se sobrepassasse  três : Passeata.  Este período de choro e ranger de dentes durou a eternidade de vinte e um anos. Mais de dois mil brasileiros, simplesmente, morreram ou desapareceram como por  encanto. Milhares foram detidos e torturados.
                                   As novas gerações que, felizmente, não tiveram que sobreviver entre as sombras, não têm uma idéia cristalina dos tempos libertários que ora desfrutamos. Tudo parece simples, natural, perfeitamente corriqueiro. Colhemos os frutos da árvore da liberdade , sem nem perguntar quem plantou a semente, quem combateu as pragas  e quem  regou a plantinha.  Sua seiva nutriu-se do sangue que escorria dos paus-de-arara e dos gritos sufocados nos porões dos DOI-CODI. Tive amigos mortos e muitos presos  neste período , lutavam por um mundo melhor para seus filhos e descendentes.
                                   Para nosso espanto, recentemente, alguns saudosistas destes tempos que ainda  tentamos esquecer, tentaram reviver a famosa “Marcha pela Família, com Deus e pela Liberdade” , acontecida em 19 de Março de 1964. Esta Marcha criou o clima propício para o Golpe Militar que , desfazendo completamente seu lema : destruiu famílias, ceifou a liberdade e se afastou de Deus. Quatro gatos pingados, agora, em vários pontos do país ( no Ibirapuera reuniram-se apenas seis pessoas e em Recife, sete) mostraram-se órfãos daqueles tempos de exceção. Estamos em pleno exercício de uma ampla Democracia e, isto, certamente, deixa com pruridos em alguns poucos que se beneficiaram das sombras e do chumbo. Acostumados às regiões abissais , o brilho do sol lhes cega e entontece. São pessoas que , dia a dia, se põem contra uma pretensa ditadura cubana e venezuelana, mas que sonham ,quase orgasticamente,  com o retorno do reino da chibata e do pau-de-arara para o país.
                                   O Brasil , nestes trinta anos de Redemocratização,  desenvolveu-se como nunca na sua história. Temos um país forte no cenário internacional, mantemo-nos estáveis economicamente, mesmo ante toda a crise do Capitalismo Mundial e minoramos chagas históricas como Baixo Salário, Distribuição de Renda, Desemprego, Casa Própria, Analfabetismo, Desnutrição e Mortalidade Infantis. Os desafios, claro, ainda são enormes, numa Nação sugada por quase quatro séculos de Colonialismo. O caminho, porém, difícil e tortuoso, já temos traçado e ele é todo pavimentado com os ladrilhos da Liberdade e da Democracia.

Crato, 28/03/14

2014 - José Nilton Mariano Saraiva

O ano (2014) é eleitoral e em jogo se acha a própria Presidência da República (afora, parte do Senado e a Câmara dos Deputados). E como a presidenta Dilma Rousseff já desponta nas pesquisas como favorita à reeleição, a hora é de jogo bruto, sujo, duro e pesado por parte dos que não se conformam com o fato do Brasil figurar hoje como uma das cinco potencias emergentes do mundo (Rússia, Índia, China e África do Sul são as demais componentes desse restrito e privilegiado grupo). A ordem, pois, é bagunçar o coreto, apostar no quanto pior melhor, atanazar a vida dos que estão no poder, mostrar números negativos e até esquecer que de 2003 até aqui o governo catapultou da miséria cerca de 40 milhões de pessoas, inserindo-as socialmente.
Pois bem, agora a bola da vez é a Petrobrás, uma das maiores empresas do mundo no ramo petrolífero, orgulho de todos nós, porquanto detentora da sofisticada tecnologia de extração do mineral em águas ultra-profundas. Daí a descoberta das fabulosas jazidas do pré-sal nos “subterrâneos” do Oceano Atlântico, de onde hoje extraímos 415 mil barris/dia (mas isso é só o começo).
Sabe-se, de outra parte, que para viabilizar tão espetacular projeto, algumas medidas pontuais foram tomadas, que desagradaram certos segmentos, a saber: 01) a “privatização” (doação) tão comum na época da “tucanalhada”, foi substituída pela concessão e, ainda por cima, em regime de partilha (para os incautos, que tendem a se deixar confundir pelos de má-fé (alarmistas de plantão), o  “babado” é o seguinte: privatização representa a entrega definitiva do patrimônio, sem nenhuma chance de retorno; concessão é única e tão somente a cessão por tempo determinado, com retorno garantido em certa época). Em português curto e grosso, o patrimônio continua nosso; 02) num empreendimento de tamanha magnitude, urge obter-se recursos na banca internacional, daí a necessidade de se contrair empréstimos vultosos, lá fora. Que – atentem para o detalhe - só são aprovados e concedidos se o país, e a empresa em particular, tiverem capacidade de endividamento, reputação comprovada e um produto final viável e que garanta o retorno sem maiores traumas.

E aí os números da Petrobrás são impressionantes, desmoralizando os que insistem em descredenciá-la. Capitalização: em 2010, realizou a maior capitalização da história (U$ 70 bilhões), com o objetivo de explorar a camada do pré-sal. De 2013 até hoje, obteve no mercado U$ 8,5 bilhões; 3,05 bilhões de euros e 600 milhões de libras esterlinas. Valorização: para este ano, grandes corretoras com a Santander, Safra e outras, apostam no potencial de valorização de 68 empresas na bolsa. Destas, só 07 ultrapassam os 50%. A estimativa da Petrobras é de 54%. Balanço: se partirmos para comparar o balanço contábil da Petrobras com quatro grandes rivais internacionais – Exxon Mobil, Shell, Chevron e BP – a verdade é um tanto quanto decepcionante para os arautos do caos, a saber: Lucro - a Petrobras, de 2012 para 2013, avançou 1%, em dólar, enquanto Exxon caiu 27%, Shell recuou 35%, Chevron perdeu 18% e apenas a BP avançou. Expansão - entre os anos 2006 a 2013, a Petrobrás foi a única que expandiu a produção (11%), enquanto as outras caíram ou ficaram no lugar: Exxon (-1%), Shell (-8%), Chevron (0%) e BP (-18%). Investimentos - das cinco, a Petrobras foi a que mais cresceu - 228%, contra 114% da Exxon, 85% da Shell e 152% da Chevron.

Assim, resta comprovado que em razão do ano 2014 ser um ano eleitoral, a ordem é tentar desestabilizar o Governo e derrubá-lo nas pesquisas (se possível já), pois o tempo flui rápido; e nada mais apropriado para tal mister do que o ataque desnecessário, especulativo e violento que se desenvolve atualmente à Petrobras.


O resto é perfumaria barata, de quinta categoria. 

quinta-feira, 27 de março de 2014

VIVA O TEATRO! VIVA O CIRCO!


Todos e todas contra a estagnação e pela democracia na gestão cultural!

Neste Dia Mundial do Teatro e do Circo devemos refletir sobre a necessidade de implementação do Sistema Municipal de Cultura, de modo que seja reorganizado o Conselho Municipal, elaborado o Plano e regulamentado o Fundo, sem descuidar da realização dos Fóruns de Linguagens.

A campanha dos 2% e da Política de Editais devem ser retomadas com vigor e a convocação de uma Conferência Municipal Extraordinária de Cultura é inadiável, sob pena de continuarmos sendo penalizados pela estagnação e falta de democracia. Artistas, grupos e movimentos artísticos e culturais deveriam se preocupar com essa situação e reivindicar da Secretaria de Cultura e da Prefeitura Municipal do Crato as providências cabíveis.

Proponho que façamos uma campanha na imprensa e nas redes sociais exigindo a democratização da gestão e retomada do desenvolvimento cultural do município.

Crato | Cariri | Ceará
27 de março do ano 2014 


Cacá Araújo
Dramaturgo, Ator, e Diretor de Teatro
Vice-Presidente do SATED/CE - Sindicato dos Artistas e Técnicos em Estabelecimentos de Diversões do Estado do Ceará

14ª FESTA POPULAR DA MALHAÇÃO DO JUDAS 2014



PROCESSO DE ESCOLHA DOS CANDIDATOS
DE 24 A 29 DE MARÇO DE 2014

I - LEGISLAÇÃO ELEITORAL DA MALHAÇÃO DO JUDAS

Faça até 3 (três) indicações, observando a presente regulamentação. É importante que cada sugestão seja acompanhada de uma brevíssima justificativa.

Art. 1º - A 14ª Festa Popular da Malhação do Judas será realizada no dia 19 de abril de 2014, das 14 às 22 horas, no Centro Cultural do Araripe (antigo Largo da RFFSA), em Crato-Cariri-Ceará;

Art. 2º - O Judas será escolhido mediante eleição popular, através do voto em um dos candidatos constantes das cédulas eleitorais distribuídas em vários pontos da região e na página oficial do evento no Facebook;

Art. 3º - A eleição se realizará em apenas um turno e será eleito aquele que obtiver maioria simples do total de votos válidos;

Art. 4º - A cédula eleitoral será composta de 05 (cinco) nomes de pessoas e/ou temas-problemas sociais e comunitários, escolhidos entre os mais indicados pelo Colégio Eleitoral do Judas 2014, instituído pela Sociedade Cariri das Artes e Cia. Brasileira de Teatro Brincante, através da distribuição de Formulários-Cédulas;

Art. 5º - Os 05 (cinco) mais indicados, apurados na Convenção Municipal do Judas, serão dispostos na cédula em ordem decrescente de número de indicações;

Art. 6º - O Colégio Eleitoral do Judas 2014 será composto de “Parlamentares Homens e Mulheres do Povo”, dentre líderes comunitários, estudantes, jornalistas, professores, advogados, comerciários, comerciantes, empresários, artistas, políticos, bombonzeiros, picolezeiros, servidores públicos, médicos, repórteres, jornaleiros, jornalistas, intelectuais, desempregados, aposentados, pensionistas, e outras categorias de exploradores, explorados, ricos, pobres e lascados;

Art. 7º - Cada “Parlamentar do Povo” poderá fazer até 03 (três) indicações;

Art. 8º - Indicações poderão ser feitas via internet: cariridasartes@yahoo.com.br ou cacaraujo66@yahoo.com.br ;

Art. 9º - A apuração das indicações será realizada no dia 30 de março de 2014 (domingo), pela Comissão Eleitoral do Judas designada pela Sociedade Cariri das Artes e Cia. Brasileira de Teatro Brincante, oportunidade em que serão divulgados à imprensa nacional e internacional os 05 (cinco) candidatos a Judas 2014;

Art. 10 - Para evitar transtornos políticos, não poderão ser indicados a Presidente da República e os ex-presidentes, o Governador do Estado do Ceará e os ex-governadores, e os prefeitos e ex-prefeitos da Região Metropolitana do Cariri;

Art. 11 - Os casos omissos neste regulamento serão resolvidos pela Comissão Eleitoral e Coordenação do Evento.


Cacá Araújo
Coordenador Geral

Os "sem nome" - José Nilton Mariano Saraiva

Através de pesquisas pacientes e exaustivas, nos revela o historiador cratense (da agradabilíssima Ponta da Serra) Antonio Correia Lima, num dos blogs da Região do Cariri, duas descobertas importantes (no campo da genealogia e religião), porquanto emblemáticas da porção charlatã e mitômana de Cícero Romão Batista: 1) que, ele mesmo (Cícero Romão) tratou de fraudar a própria data de nascimento, anunciado-a como se fora no dia 24 e não 23 de março; e, 2) que, por decisão autocrática, insistiu, persistiu, fincou pé e continuou celebrando batizados fajutos (cópias das certidões foram disponibilizadas no blog), porquanto mesmo depois de ter as ordens suspensas pela Igreja Católica.

Ora, em sendo a certidão de nascimento o único documento comprobatório por excelência da vinda ao mundo do ser humano, pelo menos em termos jurídico-religiosos, uma certidão baseada em informações prestadas por alguém inabilitado, descredenciado e desprovido de autoridade moral e institucional para tal não teria nenhum valor oficial e, por conseqüência, legalmente aqueles que receberam sua benção não existem.

E aí surgem dúvidas assaz pertinentes e de uma consistência difícil de ser questionada: afinal, se a pobre coitada da Maria de Araújo ficou conhecida como “a mulher sem túmulo” (porque deram um jeito de “sumir” mais que depressa com os seus restos mortais, por temor que, se exumados a posteriori eclodisse a verdade e, conseqüentemente, o tal “milagre da hóstia” restasse implodido e desmoralizado), poderíamos rotular os cratenses que foram batizados por Cícero Romão Batista como os “sem nome” ??? Ou será que naquela época qualquer mortal-comum (e até prova em contrário essa era a sua condição momentânea e que, alfim, restou definitiva) podia sair por aí distribuindo a benção batismal a torto e a direito, à revelia da Igreja Católica ??? Mas, se assim era, pra que firmar um documento que nada valia e pra nada servia ??? E mais: por qual razão as instalações da Catedral da Sé foram irregularmente disponibilizadas à homilia e demais atos de alguém não credenciado e proibido de fazê-lo, e que buscava unicamente beneficiar-se ??? 

Com a palavra o pesquisador-historiador Antonio Correia Lima.

quarta-feira, 26 de março de 2014

"Escárnio"... é pouco - José Nilton Mariano Saraiva

Condenado pelo STF a 3 anos, 1 mês e 10 dias de prisão, por esterilização cirúrgica irregular de mulheres, o deputado federal Asdrubal Bentes (PMDB-PA), acaba de ser beneficiado por decisão do juiz Nelson Ferreira Júnior, da Vara de Execuções de Penas e Medidas Alternativas do Distrito Federal-DF; é que, em razão da pena original ser inferior a quatro anos, torna-se possível reverte-la para “prisão domiciliar”, como foi feito.

Agora, aqui pra nós, verdadeiro escárnio (ou prova inconteste da falência ou desatualização da nossa jurássica legislação penal) é o interstício (período de tempo) em que tal prisão ocorrerá: V.Excia não poderá ausentar-se de casa (é vero, senhores, acreditem) entre as 21 horas de um dia, às 05 horas da manhã do dia seguinte (ou seja, exatamente no momento em que todo ser humano se recolhe naturalmente para um justo descanso após um dia de labuta, o nosso nobre parlamentar também o fará, só que na condição de “preso”). Temos, então, um preso que cumprirá seu castigo ou pagará sua pena... dormindo em berço esplendido. E tudo de acordo com a lei.

Sugestão ao nobre Deputado: V.Excia bem que poderia, numa forma de mostrar “colaboração” para com a Justiça, “esticar” o próprio castigo, diariamente, levantado-se apenas algumas horas depois (ato contínuo, informando às autoridades competentes).  
       

Quem sabe, de repente tal ato será considerado “boa vontade” e a pena diminuída...   

sexta-feira, 14 de março de 2014

Setaro's Blog: "Matar ou morrer": western emblemático

Setaro's Blog: "Matar ou morrer": western emblemático: Muito mais que um western, Matar ou morrer , segundo Claude Beylie, ensaísta francês, pretende ser uma parábola sobre a coragem individua...

quinta-feira, 13 de março de 2014

"Constrangimento" - José Nilton Mariano Saraiva

Pronto, agora tá sacramentado, não tem mais jeito. Patrícia Sabóia (ex-esposa do senhor Ciro Gomes) foi oficialmente designada pelo cunhado-governador (Cid Gomes) conselheira do Tribunal de Contas do Estado do Ceará. Mesmo não tendo a qualificação devida e necessária (passa longe, mas muito longe disso) chegou lá. E muito embora a indicação haja sido chancelada pela Assembléia Legislativa do Estado, dúvidas inexistem de que o cunhado-governador e o ex-marido tenham tido papel determinante ao longo de todo o processo, influindo decisivamente pra que os (sofríveis) Deputados Estaduais aliados votassem favoravelmente a matéria.

Em assim sendo, como a função é vitalícia, o senhor Ciro Gomes não precisa se preocupar mais com o futuro da família, nem em ter que pagar pensão algum dia: “ad eternum”, está assegurado à improdutiva Patrícia Sabóia (relação “custo X benefício” durante sua trajetória política) um “salariozinho” nada desprezível de cerca de R$ 26.000,00 (vinte e seis mil reais) mensais, a preços de hoje. É mais um (dentre tantos) escândalo do Governo Cid Gomes, que vive mergulhado nos esgotos da vida já há um bom tempo.

Agora, o estranho nisso tudo é que a mídia do Ceará nada questiona e nada denuncia, vestindo-se de um silencio sepulcral e constrangedor, como se não fosse sua obrigação procurar esclarecer à população fatos duvidosos. Por qual razão, por exemplo, não publicar o nome dos Deputados Estaduais que votaram a favor de tamanha excrescência ??? Ou, ainda, pelo menos lembrar ao distinto público que a nova conselheira ficou conhecida em todo o mundo em razão de um fato deveras desabonador, quando, na condição de Senadora da República, durante um vôo internacional Brasil-Itália, literalmente obrigou o calejado e experiente piloto a solicitar, lá de cima, que a polícia italiana, cá embaixo, a detivesse para averiguação no momento do pouso (o que foi feito), em razão de ter-se portado de forma inconveniente e não recomendável, dentro do avião, juntamente com uma companheira de viagem (afinal, qual a razão de estarem tão agitadas ???).


Assim, partindo-se do pressuposto de que premissas básicas para ser guindado à função de “conselheiro” de um desses tribunais, além do “douto saber” é que o pretendente deve ter conduta ilibada e acima de qualquer suspeita, chega-se à conclusão que a nova integrante daquele colegiado não atende a nenhum desses predicados, daí o porquê da “excrescência”.  

Uma mulher "diferenciada" - José Nilton Mariano Saraiva

Defensora e ativa participante das causas ambientais, com apenas 38 anos de idade, mãe de 03 filhos biológicos e 03 adotivos, de uma beleza ainda fulgurante, casada com um dos homens mais desejados pelas mulheres (Brad Pitt), rica, poderosa e invejada, a (razoável) atriz Angelina Jolie se destaca pelas atitudes ousadas e a coragem de externá-las publicamente.

Assim é que, dias atrás, surpreendeu meio mundo e mais a outra banda, ao anunciar que, preventivamente, iria submeter-se a uma cirurgia para retirada das mamas, porquanto portadora de uma disfunção genética capaz de causar-lhe a mesma doença que houvera levado sua mãe a óbito, anos atrás. Era ela, pois, estatisticamente, uma candidata em potencial a contrair a mesma moléstia (embora ainda não houvesse se manifestado).

Ora, a amputação de qualquer membro ou parte do corpo humano é algo que tende a marcar de forma traumática os que têm de enfrentar tal ato, normalmente levando-os a um estado depressivo acentuado no pós-operatório; e especialmente para uma mulher bela e jovem, a descoberta da possibilidade da ocorrência do câncer de mama, com a conseqüente retirada das mesmas, deve ser algo doloroso ao extremo. Tanto que, muitas das que se submetem a isso guardam a sete chaves tal segredo. Só os mais íntimos tomam conhecimento.

E aí, o “diferencial” entre Angelina Jolie e as demais mulheres. Por entender que em sendo uma figura pública tinha que dividir com os fãs suas alegrias e tristezas, sucessos e desilusões, botou a boca no mundo e cientificou-os a respeito do seu drama. Sem maiores traumas e contando com o apoio do marido famoso.

Se tal atitude só fez crescer a admiração e o respeito de todos para com ela, eis que novamente ela surpreende ao agora anunciar a retirada dos ovários, e pelo mesmo motivo – simples prevenção.

É ou não é uma mulher "diferenciada" e merecedora de encômios ???   

quarta-feira, 12 de março de 2014

Geléia Geral



J. Flávio Vieira



Cecília Melo e Castro
“Metamorfose”


                        Cecília Melo e Castro é uma artista plástica portuguesa, de vanguarda,   que trabalha com Infopintura, Ciberarte, Arte Fractal e Videoarte. Além de poetisa com três  livros publicados. Procedente de Estoril – agregada anteriormente ao Concelho de Cascais – Cecília  possui ainda uma profícua carreira universitária, tendo se aposentado após trinta anos de docência. Como pintora, ela soma, no currículo,  inúmeras premiações  internacionais, como o ArtMajeur Silver Award e o Prêmio UNESCO para Artes Eletrônicas. Pois bem, separados por todo um oceano , eis que , em pleno Carnaval, recebo um contato da ilustre artista portuguesa, através das redes sociais. Ela, delicada,  mas incisivamente, reclamava, com todas as razões desse mundo, da utilização que fiz de um dos seus belíssimos quadros (“Metamorfose”) , em um dos frontispícios de  meus artigos, sem sua expressa autorização e, mais: sem sequer ter lhe dado os devidos créditos pela obra exposta.  O artigo tinha sido publicado em diversos blogs da região, mas ela  captou  a apropriação indébita no Blog do Crato e me solicitou que fosse procedida à necessária identificação do autor e da obra.

                    Cecília trouxe à baila um assunto do dia  em tempos de Aldeia Global. A possibilidade de disseminação ampla da comunicação, proporcionada pelo Internet e afins, traz, consigo,  incontáveis efeitos colaterais.  Jogados (  textos, imagens, pinturas, vídeos, fotos)  num mesmo canyon , passa a ser propriedade, aparentemente,  de todos, perdendo-se o direito autoral, a identificação do autor e da obra. Tudo passa a fazer parte de uma imenso pântano , cada qual se sentindo no direito de pescar o que melhor lhe aprouver, achando-se, a partir daquele momento, proprietário da pesca e, muitas vezes, seu autor. Não bastasse isto, estabeleceu-se até o contra plágio, uma espécie de cyberbulling , quando frases , citações e poemas de gosto duvidosíssimo são pespegados na autoria de artistas famosos, alguns, já falecidos, sem lhes ser dado , pois, o direito da legítima defesa. Agora mesmo, abre-se enorme polêmica, a nível mundial, com a digitalização em massa de obras literárias, tantas e tantas vezes ferindo o direito autoral. A Internet trouxe , como irmã siamesa, a aparente impessoalidade, quebrando-se todas as regras históricas da autoria e da privacidade.  Para que criar,  se basta copiar e colar ? A nossa pintora, que transita , diretamente, com a Video e a Cibearte, mais que  ninguém, deve sofrer , na pele,  as freqüentes e contínuas conseqüências  dessa tendência  ao amorfismo  e à geléia geral . Fácil depreender daí, de onde brotam sua ansiedade e  inquietação.

                    Cecília Melo e Castro está coberta de razão quando clama pelos créditos às suas obras.  No fundo, se percebe, claramente, que esta tendência moderna à uniformização , à quebra da individualidade das pessoas e das coisas,  é um caminho perigoso e movediço. Quando tudo estiver perfeitamente uniformizado, quando já não houver aparente distinção entre uma e outra pessoa, todos seremos perfeitamente descartáveis e substituíveis. São Francisco será igual a Hitler, Fernando Pessoa equivalente a qualquer poeta de ponta de rua. O que faz bonita e resplandecente  a aquarela da vida são suas infinitas  cores e nuances  e não a tela branca, lívida e estática.

 

Crato, 10/03/14

domingo, 9 de março de 2014

Postagem antiga, mas... atual - José Nilton Mariano Saraiva

UMA “ODISSÉIA NO ESPAÇO” – José Nilton Mariano Saraiva.

Nos confins do universo, navegando a uma velocidade supersônica na imensidão infinita do cosmos, no interior daquele insignificante artefato construído pela raça humana desenrolava-se um drama inimaginável: é que, através do recurso conhecido como leitura labial, “HAL” houvera descoberto que os até então fiéis companheiros de viagem tencionavam eliminá-lo da missão, silenciá-lo de vez, descartá-lo como um dos responsáveis pelo sucesso da empreitada, seguindo viagem sozinhos. A partir daí, então, depois de infrutíferas tentativas, ciente de que não poderia dissuadi-los a desistir de uma viagem que considerava inviável, “HAL” arquitetou e pôs em prática, paulatinamente, seu fulminante contra-ataque, que culminou por levar o homem (um único sobrevivente) a romper sua dimensão temporal, transportando-o a uma outra galáxia, uma outra dimensão, onde ele, homem, morre e, paradoxalmente, renasce para a vida, começando tudo de novo, só que longe do seu habitat natural.

Sem qualquer pretensão literária, este é um resumo enxuto de uma das maiores obras de ficção científica já produzidas pelo homem, o filme “2001-Uma Odisséia no Espaço”, narrativa premonitória das dificuldades que, no futuro, o homem (tripulantes de aviões ou uma nave espacial) teriam que enfrentar quando tivessem que “bater de frente” com sua própria criação: a máquina inteligente, o computador “HAL”. Enfim, o célebre conflito criador X criatura.

Produzido numa época em que ainda não existiam os famosos “efeitos especiais”, onde o aparato e instrumental tecnológico era uma brincadeira de criança em comparação ao existente nos dias atuais, onde a limitação orçamentária era uma realidade, e sem contar em seu “cast” com nenhum ator famoso capaz de chamar bilheteria, “2001-Uma Odisséia no Espaço” nos mostrava, lá atrás, no hoje distante 1968, a tenebrosa perspectiva de que um dia a “criatura” enfim se rebelasse contra o “criador”, quer que por mero “ciúme” ou, então, pela não aceitação de manter-se “subjugado” a uma “mente inferior”.

A reflexão acima vem a propósito da recente tragédia aérea com a portentosa máquina voadora Airbus, da Air France, dotada com o que há de mais moderno em termos tecnológicos, e em duplicidade (numa tentativa de prevenir qualquer surpresa desagradável), mas que, desaparecida misteriosamente de uma hora para outra, quando empreendia a corriqueira travessia (considerando-se os padrões atuais), do Oceano Atlântico, na ligação entre o continente sul-americano e a Europa.

Estupefatos com a ocorrência e a real perspectiva só agora confirmada da morte dos seus 228 ocupantes, especialistas do mundo inteiro se debruçaram sobre pranchetas, mapas e a vasta literatura pertinente e se puseram, num primeiro momento, a aventar as mais diversas versões na tentativa de justificar a tragédia: turbulência pesada no interior de uma nuvem “cumulus nimbus, de extensão e resistência invulgares, trazendo por conseqüência descargas elétricas assustadoras, ventos com velocidade inimagináveis e capazes de desestabilizar a máquina, congelamento de sensores vitais da aeronave e por aí vai. 

Refeitos do impacto, descobriu-se que a própria máquina, teoricamente preparada para “agüentar o tranco”, sem que houvesse qualquer interferência humana houvera emitido mensagens diversas ao centro de controle, dando conta da ocorrência de uma possível “pane” em um dos seus três principais computadores centrais, gerando conflito de dados e informações e fazendo com que o sistema elétrico entrasse em absoluto processo de falência, comprometendo a navegação automática; como os painéis de orientação simplesmente “pifaram (ou se apagaram), o comando manual tornou-se impraticável, já que sem saberem da velocidade, altura, temperatura externa e outras varáveis absolutamente necessárias, piloto e co-piloto se viram diante da tétrica e assustadora realidade de um vôo absolutamente cego, na escuridão da noite cósmica e tendo abaixo a imensidão do Oceano Atlântico. Algo simplesmente apavorante, de arrepiar.

Agora, ante a perspectiva real de a aeronave ter se desintegrado (por “EXCESSO” de velocidade, que comprometeria sua estrutura) ou simplesmente ter despencado lá de cima de encontro ao oceano (por “INSUFICIÊNCIA” de velocidade, que a desestabilizaria em termos de sustentação), o fato é que talvez nunca venhamos a saber realmente o que aconteceu naqueles momentos aterrorizantes vivenciados por nossos irmãos de mais de trinta nacionalidades, já que as famosas “caixas pretas” (de aproximadamente 50 centímetros de comprimento) dificilmente serão localizadas no fundo do mar.

As perguntas que se impõem são: se, lá atrás (1968), já se ventilava, embora por mera ficção, a perspectiva de falha ou “rebeldia” do computador e, agora, existe a quase certeza que a ficção tornou-se uma dolorida e cruel realidade (um dos computadores “discordou” dos demais e forneceu dados que “baratinaram” todo o sistema de navegação), será que viajar de avião ainda é mesmo o meio mais seguro ???

Quantos “vôos cegos” são realizados, diuturnamente, sem que saibamos se as empresas proprietárias guardam algum sigilo sobre uma possível iminente catástrofe, em razão do componente econômico, como se está a duvidar que a Air France disponha de tais (informações) e jamais as divulgará por mera conveniência mercadológica ???

Post Scriptum

Postagem de meses atrás. Fato é que comprovado restou, depois de surpreendentemente encontrarem a “caixa-preta” no fundo do mar, que o congelamento de um simplório “sensor” externo impossibilitou a tripulação de informações básicas; mesmo assim, houve erro dos tripulantes ao “subirem”, ao invés de “descerem”, na tentativa de se livrar da tormenta.    


sábado, 8 de março de 2014

"777" - José Nilton Mariano Saraiva

O “777-200” não é um aviãozinho qualquer. Com capacidade para 400 passageiros e pesando milhares de toneladas, atinge a estupenda velocidade de 950 km horários e é dotado do que há de mais moderno e revolucionário em termos tecnológicos. Difícil imaginar, pois, que uma máquina tão portentosa desapareça assim, sem mais nem menos, no trajeto “Malásia-China”, com 239 pessoas a bordo

E, no entanto, a infausta notícia oriunda da Ásia é de que essa maravilha tecnológica, depois de apenas duas horas de voo e, evidentemente, já em velocidade de cruzeiro, simplesmente haja desaparecido dos radares e, provavelmente, despencado lá de cima e mergulhado nas profundezas do Oceano

O que teria acontecido: falha humana, defeito técnico ou atentado terrorista ??? Afinal, essas são as únicas opções de um acidente aéreo e, somente se encontrarem a “caixa-preta” da aeronave no fundo do Oceano se terá ciência do ocorrido (lembremo-nos do acidente do vôo Rio-Paris, meses atrás, quando conseguiram resgatar a “caixa-preta” do fundo do mar, possibilitando a constatação de que, além da falha técnica, houve erro grotesco do piloto e co-piloto ao levarem o avião para o centro de uma tormenta meteorológica de proporções alarmantes).
    
Fato é que, embora o transporte aéreo ainda se nos apresente como o que oferece mais segurança, comodidade e rapidez, quando uma tragédia de tamanha proporção acontece, ceifando a vida de tanta gente, é que entendemos da nossa insignificância.

Pessoalmente, já passamos por uma experiência um tanto quanto desagradável e traumática, no tocante a viagens aéreas, quando o avião que faz a rota Fortaleza-Juazeiro, depois de tocar o solo, “arremeteu” de forma abrupta e violenta. E, durante aproximadamente cinco minutos, depois de um silêncio sepulcral, onde só se ouvia o chororô de alguns e as preces de outros, finalmente o pouso se fez. Na saída, como ninguém se manifestou, indagamos dos “simpáticos” componentes da tripulação, postados à porta, o que houvera ocorrido. A resposta: “uma lufada de vento muito forte, daí o comandante preferir arremeter”. Como não “deglutimos” aquele argumento, dia seguinte ligamos para o “0800” da empresa Avianca e, para nossa surpresa, a desculpa foi a mesma.


Agora, aqui pra nós: vento no interior do Ceará, em dia de sol brabo, sem nuvens,  capaz de desestabilizar uma aeronave pesando toneladas ??? Claro que o comandante jamais colocaria em seu relatório que falhou feio, colocando a vida de dezenas de pessoas em perigo. Mas foi isso o que aconteceu.