TRIPULANTES DESTA MESMA NAVE

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Reinos

Já não morro
por tua falta

e as noites
(ainda frias)

trazem lembranças
boas e tranquilas.

Já não desejo
tua companhia
(enlouquecido)

meu sonho agora
é uma pizza.

Já durmo bem mesmo
feito a plantinha da varanda

sem medo de lagartinhas
e insetos crescidos.

A brisa que me sacode as folhas
é a mesma que me arrepia os braços.

Sou de fato (creia)
a plantinha da varanda.

Acordo com os pássaros
aos meus ouvidos.

Um ruflar de cordas vocais
que meu deus do céu:
doidas andorinhas.

2 comentários:

LUIZ CARLOS SALATIEL disse...

Domingos,
O Clélio me presenteou com um dos seus livros e pediu-me que te enviasse um abraço. Falei pra ele que você está cada dia mais e melhor poeta.
Um grande abraço.

Domingos Barroso disse...

Salatiel, eu tenho muito carinho por Clélio (parceiro da minha epifania em tempos idos e intensamente vividos).

Agradeça-lhe pela lembrança e pelo abraço, aproveite, e devolva-lhe outro fraterno abraço.

Obrigado, meu camarada, pelo elogio.
Esse livreto que tem em mãos,
certamente ingênuo, mas pode acreditar: também verdadeiro.

Era a água da fonte
(naquele tempo)
em que bebia.

Um forte abraço.

Luz!