TRIPULANTES DESTA MESMA NAVE

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Voz

Hora de dormir,
poeta.

A cama box solteira
espera sua alma.

Agradeça às suas amigas muriçocas.
Passaram um longo tempo
esquentando o travesseiro.

Vê se dorme quieto.
As almofadas sobre a estante
apenas sombras da solidão.

Não se esqueça
também de agradecer
aos seus ancestrais
por esse coração distante
parece sumir da caixa torácica.

Não sonhe tão voraz.
Deixe um pouco da carne
para seus fantasmas.

Boa noite,
e esqueça o silêncio
das plantinhas na varanda.

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