TRIPULANTES DESTA MESMA NAVE

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Manoel de Barros e o Surgimento de dois novos Poetas para o nosso Caldeirão Cultural-Por Wilson Bernardo.

FAZEDORES DO AMANHECER...Manoel de Barros é poeta pantaneiro,e degustador de palavras reinventadas,assim como traquinagens de crianças maluvidas de palavras cheinhas pela boca de pote e brasa em bocas de Sapo,segundo Manoel de Barros,ele aprendeu muito ouvindo os filhos e netos quando crianças.Na verdade toda sua obra é uma reinvenção de conceitos e absurdamente o imaginável inventivo de palavras,fisgadas e plagiadas do universo infantil.A de se prestar muita,muita atenção e respeito quando as crianças falam na infinitude de um fundo de Pote.

ERAS
Antes a gente falava:faz de conta que
este sapo é pedra.
E o sapo eras.
Faz de conta que o menino é um tatu
e o menino eras um tatu.
A gente agora parou de fazer comunhão
de pessoas com bicho,de entes com coisas.
A gente hoje faz imagens.
Tipo assim:
Encostado na ponta da tarde estava um
caramujo.
Estavas um caramujo-disse o menino
porque a tarde é oca e não pode ter porta.
A porta eras.
Então é tudo faz de conta como antes?
Manoel de Barros

Poemas de Pedro de Azevedo(Neto de Wilson Bernardo)

LATIDOS DE UM CÃO.
Ouvi palavras
de cachorro.


DEUS BRINCA DE BOLINHAS DE SABÃO.
Deus me disse
que as nuvens
eram
mulas sem cabeça.

Poema de Paulo Rafael(Filho de Carlos Rafael Dias)

A INVENCIONISE DOS MAMÍFEROS...
-Pai você é um anjo!
-Anjo é você,filho.
-Não pai!
Eu sou um Mamífero.
Wilson Bernardo(Texto inicial & Fotoartgraficas)


3 comentários:

Carlos Rafael Dias disse...

Grande poeta de palavras e imagens Wilson Bernardo,

As fotos e "poeminhas" das crianças são belos e comoventes.

LUIZ CARLOS SALATIEL disse...

Mais uma de criança:
Minha sobrinha Gabriela, de 5 anos telefonou-me e perguntou se eu estava sozinho. Disse que sim e completei que eu não tinha medo de alma. Ela, na sua inocência que perdemos um dia, retrucou na tampa:
E o que é alma?
Nem é preciso dizer que perdi a graça...

wilson bernardo disse...

Não precisa ser escritor ou ter montanhas de livros, basta terem sensibilidade aguçada ou rude mais percebe que o mundo das crianças é de uma poética destemida de regras e conceitos... Todas independente do meio as considero e elas se comportam como verdadeiros construtores de palavras e reinventoras de nomenclaturas, o que precisa é nós adultos ouvimos com mais atenção o que elas dizem e ditam como regra de crescer sem deixar de ser uma eterna criança.