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terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Meio século da ditadura da dinastia Castro

Che Guevara: uma máquina fria de matar

A fama de assassino de Che não começa em La Cabana: inicia-se na Sierra Maestra, onde ele fuzilou dezenas de cidadãos, considerados desafetos dele

Mesquinho, rancoroso, arrogante, tirânico, vingativo, ardiloso, maquiavélico, violento, fanático, sanguinário. Estas são as lembranças de alguns dos companheiros mais próximos de guerrilha atribuídos a Che Guevara e que foram traídos por ele. Che é outro mito criado pela revolução cubana e que é propaganda de grife dos comunistas latino-americanos e do mundo em geral.
É uma espécie de culto religioso. O retrato de Korda, quase o idolatrando como uma espécie de Cristo revolucionário não combina com a realidade do que foi Che Guevara: um paladino da violência ilimitada, do radicalismo primário, do terror em massa da população. Nas palavras de Régis Debray, “partidário de um autoritarismo implacável”, era notório admirador de Lênin, Stálin e, posteriormente, Mao Tse Tung.
Em uma carta de 1957 a um amigo, dizia: “Pertenço, pela minha formação ideológica, àqueles que acreditam que a solução dos problemas desse mundo se encontra por detrás da cortina de ferro”(...). Ou seja, Che Guevara era apologético do regime soviético, que esmagava os ventos de liberdade política com os tanques soviéticos na Hungria e em outros lugares do Leste Europeu.
A fama de assassino de Che não começa em La Cabana: inicia-se na Sierra Maestra, onde ele fuzilou dezenas de cidadãos, considerados desafetos dele. Um caso em particular até hoje é controverso: um camponês chamado Eumidio Guerra, que lutava com os guerrilheiros em Sierra Maestra, tornou-se suspeito de ser espião de Batista. Todavia, uma boa parte dos companheiros de guerrilha não tinha certeza do caso e achavam que o indivíduo era inocente. Discordando de todo o resto, Che executou sumariamente o camponês. E ainda disse: “em caso de dúvida, matem”. Outros crimes também são atribuídos a Che: o de que ele também teria matado pessoalmente um de seus comandados que havia roubado um prato de comida.
A maneira como Che tratava tanto seus subordinados, como seus inimigos era mal vista por muitos guerrilheiros da campanha, entre os quais, Jesus Carreras e Huber Matos. Quando ele tomou a cidade de Santa Clara, abriu novos pelotões de fuzilamentos sumários de soldados e oficiais capturados na cidade.Em janeiro de 1959, Che Guevara foi escolhido como promotor geral da “comissão depuradora” de crimes do regime de Batista, na fortaleza de La Cabaña.
Na prática, porém, o que se viu foi um verdadeiro expurgo do exército e da guarda de Cuba, prendendo e fuzilando aleatoriamente por vingança supostos desafetos. Entre a maioria dos indivíduos fuzilados em La Cabana não havia nenhuma prova de que fossem torturadores ou assassinos do exército de Batista. Na verdade, o critério de julgamento sumário de Che e mesmo a avaliação dos réus tinham como única culpa o simples fato de alguém ter pertencido ao exército cubano antes de 1959 ou, no mínimo, mostrar qualquer sinal de dissidência ao processo revolucionário em pauta.
Essa sina de assassino não poupou posteriormente, nem mesmo os antigos amigos de farda que discordavam da revolução comunista que grassava em Cuba. Dois casos são escandalosos, dentre muitos: o primeiro, foi a execução do tenente Castaño, membro do serviço de inteligência do exército cubano. Preso, o oficial foi executado sem ter cometido crime algum. Outro caso foi de um jovem adolescente que pichou um muro com críticas a Fidel Castro. Uma mulher procurou Guevara pedindo que libertasse o rapaz, porque em alguns dias, ele seria executado. O guerrilheiro simplesmente abreviou a situação: mandou executar sumariamente o rapaz e ainda disse que queria poupar a mulher da espera de tanto sofrimento.
Essa sina de assassino não poupou posteriormente, nem mesmo os antigos amigos de farda que discordavam da revolução comunista que grassava em Cuba. Os expurgos contra o exército e a sociedade civil, atingiram até os velhos camaradas de Sierra Maestra, a maioria presa, exilada ou fuzilada. Atribui-se a Che a criação de campos de concentração de prisioneiros políticos, imitação típica dos campos de reeducação ideológicos chineses e vietnamitas. Milhares de pessoas foram presas e torturadas nestes campos.
Como ministro da economia de Cuba, mostrou-se inepto: subjugando a economia às suas utopias desastrosas, conseguiu arruinar as finanças do país e quebrar o Banco Nacional de Cuba. Para buscar eficiência, impôs à população um regime de trabalhos compulsórios, inclusive, abolindo o domingo para descanso. Qualquer negativa a esse tipo de ação arbitrária poderia causar a infeliz a pecha de contra-revolucionário e ser preso ou morto. Sedento de violência, vai para a África e apóia Laurent Kabila, um homem que anos depois, causou verdadeiros massacres no Zaire e rebatizou o pobre país como República Democrática do Congo, sem antes impor uma sanguinária ditadura. Ao arriscar um foco de guerrilha na Bolívia, é capturado pelo exército boliviano e assassinado, em 1967.

13 comentários:

Lupeu Lacerda disse...

grande armando!
sempre armando uma arma
pra detonar ícones
(menos os da putrefata e nefanda familia imperial brasileira - portuguesa?).
também acho armando. che era um filho da puta. bons são os judeus que estão esmagando os árabes. bons são os reis, todos exímios democratas, partidários do humanismo e da cultura disseminada.
vva o rei.
foda-se che guevara.

Dihelson Mendonça disse...

Esse texto aí sobre o Che Guevara deveria ser publicado na revista VEJA, que é o lugar das maiores deturpações sobre como as coisas aconteceram na história e a interpretação dos fatos.

Vamos mandar isso pra VEJA, certamente que eles publicarão instantaneamente!

DM

Armando Rafael disse...

Grande Lupeu,
Quem sou eu para detonar ícones...
Mas, ironias à parte, e em relação
à Família Imperial Brasileira (descendente dos antigos reis portugueses) até o presidente Lula da Silva (creio que você é mais um admirador dele.Afinal o homem está se tornando unanimidade nacional) fez justiça aos Bragança, conforme se depreende desta notícia publicada pela "Folha de S.Paulo" edição de 7/3/2008. A ver:

"Na abertura oficial das comemorações pelos 200 anos da chegada da família real portuguesa ao Brasil, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ressaltou nesta sexta-feira a importância da transferência da Corte para o desenvolvimento político, econômico e cultural do país.

Lula disse que o Brasil sofreu uma transformação "definitiva e radical" com a vinda da Corte. Ele classificou o episódio como "um sopro de energia e inovação que se espalhou pelo Rio e por todo o Brasil".

Lula frisou "as muitas iniciativas que dom João 6º lançou aqui.
A vinda da Corte promoveu muitas mudanças e progressos. O Brasil abriu-se à cultura mundial. Os Bragança tiveram papel decisivo na identidade brasileira e lançaram as bases do regime político do país", afirmou.

Para Lula, a transferência da Corte foi responsável também pela integração territorial do Brasil. "Talvez o maior legado tenha sido a preservação da integridade territorial. Forjou-se uma identidade nacional", disse.
......
Quanto aos reis, os que atualmente reinam no mundo, são realmente, democratas. Quem - até mesmo o mais mal-intencionado - ousaria negar que existe democracia, Estado de Direito, pluralidade partidária, liberdade de imprensa, liberdade de expressãp e ideológica na Inglaterra (e por extensão:Canadá,Austrália,País de Gales e Escócia)Espanha,Bélgica,Holanda,Dinamcarca,Suécia,Noruega,Mônaco, Luxemburgo,Liechtenistein,Japão?
O msmo não podemos dizer de cuba, Já em algumas repúblicas latino-americanas...
Continue a discordar das minhas opiniões. Isso é bom. Eu respeito quem pensa diferente de mim. Afinal, unanimidade mesmo só a aprovação do Lula pela quase totalidade dos brasileiros.
Como diria Chico Soares: "ô hôme bom...

Armando Rafael disse...

Querido Dihelson,
A Veja já publicou coisas piores de "Che" e faz tempo...Foi na edição de 3 de outubro de 2007.
Quer ler um trechinho? Lá vai:

"Ernesto Guevara Lynch de la Serna, argentino de Rosário, o Che, que antes, para os companheiros, era apenas "el chancho", o porco, porque não gostava de banho e "tinha cheiro de rim fervido", por suas convicções ideológicas, Che tem seu lugar assegurado na mesma lata de lixo onde a história já arremessou há tempos outros teóricos e práticos do comunismo, como Lenin, Stalin, Trotsky, Mao e Fidel Castro.
O regime policialesco de Fidel Castro não permite que aqueles que conviveram com Che e permanecem em Cuba possam ir além da cinzenta ladainha oficial. Por isso, apesar do rancor que pode apimentar suas lembranças, os exilados cubanos são vozes de maior credibilidade.
Nomeado comandante da fortaleza La Cabaña, para onde eram levados presos políticos, Che Guevara a converteu em campo de extermínio. Nos seis meses sob seu comando, duas centenas de desafetos foram fuzilados, sendo que apenas uma minoria era formada por torturadores e outros agentes violentos do regime de Batista. A maioria era apenas gente incômoda".
A matéria completa você pode acessar no site da "Veja"...

Armando Rafael disse...

Dihelson,
esqueci de citar o título da matéria da "Veja" (que se fosse lida por certos conhecidos nossos provocaria neles um ataque de apoplexia).Eis:

Che Guevara:
Há quarenta anos morria
o homem e nascia a farsa

"Não disparem. Sou Che. Valho mais vivo do que morto." Há quarenta anos, no dia 8 de outubro de 1967, essa frase foi gritada por um guerrilheiro maltrapilho e sujo metido em uma grota nos confins da Bolívia. Nunca mais foi lembrada. Seu esquecimento deve-se ao fato de que o pedido de misericórdia, o apelo desesperado pela própria vida e o reconhecimento sem disfarce da derrota não combinam com a aura mitológica criada em torno de tudo o que se refere à vida e à morte de Guevara"

Carlos Rafael Dias disse...

Ditaduras, sou contra, sejam da esquerda ou da direita! Quem precisa de ditaduras, seja a famigerada e finada ditadura militar brasileira ou todas as demais do cone sul? Quem defende ditaduras, mesmo sob os mais invejáveis índices esportivos e medicinais, não é digno de ser um cidadão. Viva a Revolução Francesa. Essa sim, uma das únicas que trouxe benefício para a humanidade. O resto é resto, de Fidel a Mao.

Armando Rafael disse...

As mentiras e a crueldade de Cuba
por Lilian Zieger (*)

Lendo Zero Hora (hábito diário em minha vida há vários anos), deparei com a reportagem sobre Cuba (28/12/08) e não me contive: comecei a reviver o que vi e ouvi em Cuba. Estive naquele país há cerca de nove anos. Foram 30 dias que mudaram minha concepção de mundo e de vida! Ao ler que existem políticos brasileiros que defendem o regime cubano e, ainda, falam em “certo exemplo de democracia”, me pergunto: estiveram em Cuba? Conhecem o que existe lá? Onde está o discernimento dessas pessoas? Dizem que Cuba tem boa educação: mais de 99% de alfabetizados?

Apenas quero relatar um fato ocorrido comigo. Fiz amizade com uma professora cubana, quando lá estive. Levei-a até uma livraria, pois desejava lhe dar de presente um livro. Na frente da livraria, ela me falou que não podia entrar, pois os cubanos eram proibidos! Por quê? Os livros que podiam e deveriam ler recebiam do governo! – respondeu-me ela. Isso mesmo: o que poderiam ler lhes era ofertado e o restante, proibido! Como resultado, ela não aceitou o livro por medo. Isso é ser alfabetizado? O pior analfabetismo é o das idéias! O que aprendem a ler os cubanos? Apenas o que lhes é permitido! O que escrevem? O que lhes é permitido! Se alguém escrever algo contra o regime, vai preso! Depois querem me dizer que a educação cubana é exemplo. De quê? De absoluta falta de liberdade, de crueldade, de domínio intelectual, de disseminação do medo! Essa alfabetização é a mais perigosa de todas: a que domina as mentes e as tinge de medo (ou o melhor seria dizer: pânico). E tem pessoas que dizem ser isso exemplo para algum país? A ditadura vivida pelo povo cubano é absolutamente cruel.

E a saúde? Estive em Cuba para tratamento médico de meus filhos. Pergunto: se os cubanos têm o tratamento e a cura de algumas doenças, por que não ensinam ao mundo? A cura de doenças deveria ser de direito de todos os cidadãos planetários. Mas não! Eles escondem o tratamento para alguns poucos que tenham os dólares para o tratamento. Isso é exemplo de avanço na saúde? Isso é a mais cruel das atitudes humanas! Ainda há brasileiros que dizem ser a medicina cubana exemplo? Exemplo de uso da medicina para chamar estrangeiros que paguem fortunas por tratamentos que só existem lá, pois, supostamente, somente eles conhecem esses tratamentos.
Que medicina é essa que esconde as descobertas para aplicá-las apenas a quem tem o dinheiro (e que é muitíssimo) que a pague? Bem fazem os médicos brasileiros que condenam tal situação. Eu os aplaudo pela atitude corajosa de criticarem. (O que alguns políticos não conseguem fazer.) Um deputado diz na reportagem que Cuba ainda pode ser exemplo, pois elege representantes de bairro. Nossa! Eleger num país com partido único e que onde alguém que fale contra o regime cubano vai preso é liberdade? Elegem sim, sem antes não deixar de colocar uma mordaça (nos olhos, na boca e na consciência!). Elegem pessoas que são proibidas de falar qualquer coisa que seja contra o governo ditatorial de Fidel! Isso é exemplo de democracia?
O que vi em Cuba é um povo com medo. Medo de falar, de agir e de pensar... Talvez essa seja a maior crueldade de que falo. Tudo é absolutamente controlado pela censura! O medo que penetra nas pessoas que têm consciência – e que não têm nenhum interesse em falar de Cuba o que ela não é – é imenso. Sente-se na alma como se alguém pudesse entrar em nossa mente e ver o que se passa nela. Liberdade? Essa palavra é proibida em Cuba e não deve estar, com certeza, na cartilha de alfabetização do povo cubano. Eu amo o meu país, com todas as suas desigualdades e suas próprias crueldades. Sou leitora assídua e vejo com os olhos da consciência o que corrói nosso povo e suas misérias. Sonho com um país melhor e mais justo, com certeza, mas... que seja distante das idéias da dita “igualdade cubana”.
O povo cubano é escravo (ou está escravo) de uma das piores ditaduras que já vi! Se o povo gostasse dessa situação, não se jogaria ao mar, sujeito aos tubarões e a tempestades, para fugir! Meu respeito aos cubanos que ainda têm forças para resistir. Eu mesma não sei se conseguiria!
(*) Lilian Zieger é Pedagoga e supervisora educacional, presidente da Associação Nacional de Supervisores Educacionais do Brasil

Dihelson Mendonça disse...

Armando,

Por antos e tantos livros escritos também em defêsa de Che Guevara e seus méritos, ainda espero uma segunda opinião sobre o assunto. Esse é daqueles assuntos que nunca esgotaremos...

Cadê o Zé Flávio ?

Abraços,

DM

jflavio disse...

Caros Amigos,

Respeito o Armando e a sua coragem de expressar sua opinião. Inclusive no artigo que postei coloquei o título de O Rei Che Guevara, será que assim ele não coimeça a gostar do homem ? Só que não adianta mexer com o mito. Falando de bem o de mal ele sempre cresce. Armando assim está apenas ajudando a perpetuá-lo e nós agradecemos por isso. Lembram o que a Santa Madre Igreja fez com o Padre Cícero ? Persegui-o , excomungou-o em 1916 e ele apenas cresceu no âmago da população mais pobre e se tornou um Santo Popular dos mais fortes e indestrutíveis. A Santa Madre estão, vendo que não tinha mais jeito, aproveitou para tirara uma lasquinha financeira do ícone e teve que engoli-lo, hoje já andam falando abertamente em Reabilitação, etc, etc, e tragam lá o dinheirinho das romarias, etc, etc. Com o Che foi a mesmíssima coisa, hoje ele é um líder pop ( talvez o mais forte do Século passado), o capital tentou destruí-lo com seus canhões, qual o que ? O Mito apenas cresceu e hoje beira inclusive a santidade. O cosnumo, igualzinho à Santa Madre, absorveu-o rapidamente e o símbolo vende como nunca. Ou seja, se nem toda força do capital conseguiu destruí-lo, será que nosssas espingardinhas soca-soca, de ouvido entupido, caindo do descanso, vai conseguir este intenbto ? Che está mais vivo do que nunca !

Armando Rafael disse...

Caro Zé Flávio,
Foi boa sua postagem em defesa do "Che". Ela, certamente, vai contribuir para que muitas pessoas leiam os "dois lados' e tirem suas conclusões.
Isso é bom.
É um privilégio a gente morar
num país democrático, onde todos podem expressar suas crenças religiosas, políticas e ideológicas.

A propósito, desde 2003, eu venho (sempre que surge uma oportunidade) escrevendo sobre Guevara. Abaixo um artigo meu (fui escorraçado por conta dele), que correu o Brasil - via "sites" da Internet - e foi publicado em alguns jornais:

www.usinadeletras.com.b
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Este autor concorda com o uso dos seus textos, desde que informem a autoria e o local da divulgação.

"Artigo publicado no diário Jornal do Cariri, que se edita em Juazeiro do Norte (CE) dia 03/06/2003

MUNICIPIO DE AURORA (CE) HOMENAGEIA “ CHE GUEVARA”

Armando Lopes Rafael (*)

A matéria foi divulgada no “Diário do Nordeste”, caderno Regional, em 01/06/2003. Leiamos um trecho: “ O nome de Ernesto Che Guevara de Serna chega ao sertão do Cariri. Inaugurado no sítio Santa Vitória, município de Aurora, o primeiro Posto de Saúde Avançado com o nome do médico revolucionário que deixou a medicina para fazer a revolução cubana ao lado de Fidel Castro”. Diz ainda a matéria, citando o autor da idéia de homenagear o guerrilheiro: “ Guevara foi um médico humanitário, que estudou em escola pública e fez uma opção pelos pobres da América Latina. É preciso mostrar este lado humano de Che que foi detentor de uma grande cultura humanística. Espero que o exemplo de Guevara, como estudante e médico, seja referência para os jovens de Aurora”.

Com tantos nordestinos ilustres, que souberam valorizar os pobres, e não são lembrados (por exemplo: Antônio Conselheiro, Luiz Gonzaga, Beato Zé Lourenço, Patativa do Assaré, dentre outros) a Prefeitura de Aurora teve de escolher justamente o guerrilheiro argentino-cubano para homenagear...

Lendo a notícia veio-me à mente um dos programas “Roda Viva”, da TV Cultura, quando foi entrevistado o ensaísta e político mexicano Jorge Castañeda, que falou sobre seu livro “Che Guevara, a Vida em Vermelho”. Castañeda desmistificou completamente o guerrilheiro. Disse, com todas as letras, que Che Guevara era uma pessoa profundamente autoritária, machista, racista e intolerante.

Che Guevara iniciou sua vida pública como companheiro de Fidel Castro, na guerrilha de Sierra Maestra, que prometia devolver a liberdade aos cubanos (à época vítimas de outra ditadura, a de Fulgêncio Batista) mas que terminou por implantar um regime comunista de partido único, na ilha-prisão. Ficou célebre uma passagem de Che Guevara em Sierra Maestra. Nomeado comandante de uma coluna (divisão interna dos revolucionários) aquele que “ não perdia a ternura jamais”, certa ocasião, se deparou com um subordinado furtando um pouco de comida. Mandou fuzilar o “ladrão” imediatamente, sem maiores formalidades e sem conceder-lhe o sagrado direito de defesa. Pasmem! Aquele que teria dedicado a vida inteira à "causa dos pobres", assassinou um deles, por roubar um pouco de alimento para saciar a fome. “Hay que endurecer...”

Vitoriosa a Revolução, Guevara participou de centenas de fuzilamentos de partidários de Fulgêncio Batista no “Paredón”. Depois foi premiado com a Presidência do Banco Central de Cuba. Como não entendia nada de economia, mas só de guerrilha e de fuzilamentos, acabou por arruinar o banco, agravando ainda mais o estado lastimável da economia cubana. Depois foi mandado para fazer outras revoluções na Venezuela, Congo e Bolívia. Nesses países, muita gente inocente foi imolada. Por essa época, década 60 do século passado, Che Guevara elogiou, através dos meios de comunicação, a Revolução Cultural chinesa, feita por Mao Tsé Tung. Nessa Revolução Cultural o tirano chinês comandou a morte de milhares de pessoas. Teve casos de chineses que morreram porque usavam calça jeans.

Quanta decepção nos causa, o fato deste sanguinário ter seu nome numa obra pública do município de Aurora. Ao final desta leitura, algum leitor poderá argumentar: não importa as ações de Che Guevara, o que vale é que ele dedicou a vida inteira a um ideal. Se esse argumento for válido, não estranhemos se alguém lembrar de homenagear também Adolf Hitler...

(*) Armando Lopes Rafael é graduado em História, com pós-graduação em História do Brasil, pela Universidade Regional do Cariri - URCA"

Dihelson Mendonça disse...

Deixa eu ver se entendi:

A "verdade" escrita nos jornais pode estar distorcida, porque foi escrita por pessoas tendenciosas que já começaram erradas desde o início, baseadas numa suposição de verdade. Agora, alguns se utilizam das próprias matérias publicadas para fazer proselitismo em cima do que escreveram para "forçar" a verdade ?

Pera lá, né ?

Será que foi assim que a História da Civilização foi toda escrita ? por historiadores movidos por suas próprias paixões interiores e ideologias ? Quantos erros não se terão cometidos ? O que há de verdade na história afinal ? A história é como um diamante de 1.000 faces também onde os que sobrevivem contam a "verdade" a seu bel-prazer ?

Hummmmm

Abraços,

Dihelson Mendonça

Armando Rafael disse...

Caro Dihelson,
Vou resumir meu pensamento em poucas palavras.
1ª - Quando, no curso da história, um acontecimento está inserido nos planos de Deusele tem continuidade, apesar de todos os percalços.(Zé Flávio citou, muito apropriadamente, o legado do Padre Cícero).
2 - Quando não é obra de Deus ele se esvai como o fumo sob a ação do fogo.Vira fumaça!

A "obra" do "Che" está - na minha modesta opinião - inserida na segunda opção (ou alternativa)...
Basta ver o número de pessoas - em todo o mundo - que, hoje, não acreditam mais na iumagem que era apresentada - pela propaganda - do sanguinário guerrilheiro.
E isto só vai aumentar com o passar do tempo!

Dihelson Mendonça disse...

Mas, Armando,

Você, que é um homem de HISTÓRIA e não de estórias, não acha que esse desmantelamento da imagem de Che Guevara é uma coisa perniciosa promovida por aqueles que querem reescrevê-la da forma que lhes convier ?

Armando, diga-me uma coisa:

Você sabia que os Americanos sabiam previamente que Pearl Harbour seria atacado, data e hora e nada fizeram para impedir, a fim de entrarem na guerra, alertados pela Inglaterra ? Isso não é teoria da conspiração não, são descobertas históricas comprovadas e hoje tornadas públicas.

Quem sabe quantos desses ataques a Guevara são fidedignos ? Você já ao menos se questionou se isso tudo não é um plano cuidadosamente arquitetado ? Eu tenho aqui uma série de DVDs que gostaria que o amigo assistisse, exatamente para talvez desenvolver o senso crítico, isso se o amigo for humilde o bastante para aceitar que pode precisar aprender mais ainda sobre a história.

Abraços,

Dihelson Mendonça