TRIPULANTES DESTA MESMA NAVE

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

MPB (Mais Poesia Brasileira)


Ave Noturna
(Cacá Diegues e Fagner)


Nenhuma ave noturna
Tão triste não pode ser
Eu sou igual ao deserto
Onde ninguém quer viver
Eu sou a pedra de ponta
Areia quente nos dedos
Eu sou chocalho de cobra
Incêndio no arvoredo
Eu sou vereda de espinhos
Seca flor do juazeiro
Fogueira do meio dia
Eu sou o tiro certeiro

Nenhuma ave deserta
Noturna não pode ser
Eu sou igual ao tão triste
Onde ninguém quer viver...

2 comentários:

José do Vale Pinheiro Feitosa disse...

Rafael: um dos compositores foi o Cacá Diegues? O cineasta? Eis uma novidade para mim. A respeito do que vens fazendo com a publicação de letras de MPB: e ainda há quem queira diferenciá-las de poesia. Para nós esta questão foi superada em razão das sucessivas quedas dos cânones poéticos que sufocavam o canto. Existem letras que dizem mais ou tanto quanto as notas musiciais. Inegavelmente a letra da música é inseparável dos guardados que a MPB deixou em nossas cultura e infalivelmente em nossas almas.

Carlos Rafael Dias disse...

É isso, caro José do Vale. Não distingo letra de música de poesia, pois ambas tem sonoridade, ritmo e música intrínsecos.
A propósito, estamos aguardando, com brevidade, seus dez poemas para a coletânea que eu e Marcos Leonel estamos organizando.

Grande abraço

P.S.: Envie-os para rafacrato@gmail.com